No 3º trimestre de 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma descida anual de 63,8% em termos reais, a qual se atenuou em relação à do trimestre precedente (-68,0%). Com o aumento do número de visitantes entrados, impulsionado pelo afrouxamento da política de restrições de viagens turísticas do Interior da China para Macau, estreitou-se a amplitude descendente das exportações de serviços de Macau, com um decréscimo anual de 87,5%, realçando-se as quedas de 93,6% nas exportações de serviços do jogo e de 87,9% nas exportações de outros serviços turísticos, enquanto subiram 252,2% as exportações de bens no trimestre em análise. Abrandou também a amplitude descendente da procura interna, cuja queda anual se situou em 6,1%, essencialmente devido à suavização da curva de queda da despesa de consumo privado. As importações de bens subiram 17,6%, porém, as importações de serviços desceram 44,1%, informam os Serviços de Estatística e Censos.    

No trimestre em análise o deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou uma descida anual de 0,6%.  

No 3º trimestre não se registaram em Macau novos casos confirmados da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, tendo ocorrido uma recuperação gradual das actividades económicas. O plano de subsídio de consumo teve um efeito impulsionador, resultando no atenuamento para 8,4% da curva descendente da despesa de consumo final das famílias no mercado local. Entretanto, diminuiu 68,1% a despesa de consumo final das famílias no exterior, devido às contínuas medidas de restrição de movimentos fronteiriços adoptadas em vários locais. A despesa de consumo privado sofreu uma queda anual de 16,7%.   

A despesa de consumo final do governo ampliou-se, de 16,3% no 2º trimestre para 18,6% no 3º trimestre, em virtude da continuidade das despesas efectuadas com a prevenção da pandemia, assim como em consequência das contínuas medidas de assistência financeira lançadas pelo Governo da RAEM. Salientam-se os aumentos homólogos de 33,9% nas compras líquidas de bens e serviços e de 2,7% nas remunerações dos empregados.

O investimento em activos fixos registou um decréscimo anual de 5,6%, realçando-se a quebra de 10,3% no investimento em construção, apesar da subida de 14,5% no investimento em equipamento. Por seu turno, o investimento em obras públicas desceu anualmente 18,7% e o investimento em equipamento caiu 28,2%. Quanto ao sector privado, o investimento em construção privada baixou 7,2% em termos anuais, devido por um lado, à redução do investimento em projectos residenciais e por outro, às quebras na margem de lucros dos operadores de imóveis. No entanto, o investimento em equipamento subiu 22,9%, em termos anuais.

O comércio de mercadorias apresentou uma melhoria de comportamento, com aumentos anuais de 17,6% nas importações de bens e de 252,2% nas exportações de bens.

Com o afrouxamento da política de restrições de viagens turísticas do Interior da China para Macau, o número de visitantes entrados aumentou 14 vezes no 3º trimestre face ao do 2º trimestre, apesar das quedas anuais de 93,6% das exportações de serviços do jogo e de 87,9% das exportações de outros serviços turísticos. Quanto às importações de serviços, desceram 44,1%, devido à redução das viagens dos residentes, bem como ao abrandamento de outras actividades económicas.

Nos primeiros três trimestres de 2020 a economia de Macau assinalou um decréscimo homólogo de 59,8% em termos reais, arrastado pelo impacto da pandemia. Quanto aos principais componentes das despesas do PIB, a despesa de consumo final do governo e as exportações de bens aumentaram 13,4% e 75,4%, respectivamente, enquanto se observaram descidas de 18,1% na despesa de consumo privado, de 15,5% no investimento, de 12,6% nas importações de bens, de 41,3% nas importações de serviços e de 79,6% nas exportações de serviços, destacando-se a queda de 83,6% nas exportações de serviços do jogo.